terça-feira, 26 de maio de 2009

Temporada 2009

Então camaradas de montanha!

A temporada de montanhismo de 2009 está oficialmente aberta, e com ela muita esperança de conquista invade os corações dos montanhistas dedicados!

Dia 21 de junho se inicia o inverno, e com ele vem o frio de montanha, delicioso para nós montanhistas. Ao mesmo tempo reduzem as chuvas, que já estão reduzindo gradativamente no decorrer do Outono, que bom! Seria bom continuar seco como fiquei nas últimas investidas.

Aliás, não seria nada bom repetir a aventura do ano passado na Serra do Mar, quando fiquei literalmente ensopado.

Prometi a minha pessoa que esse inverno faria diferente. Ao invés de apenas um final de semana por mês na montanha, teria dois. Que assim seja! Começarei junto dos primeiros ares de junho, torcendo por tempo seco.

Agora que a faringite, quase pneumonia está me deixando quieto, pretendo voltar a ativa, ampliando minhas conquistas e ganhando mais experiência. Como sempre, só sabe da investida quem irá comigo. Ando com tanto olho grande em cima de mim que só tenho passado por revés...olha a lista que engraçada...

> Perdi meu pen drive com metade das fotos das férias
> Roubaram meu mp3 de 16GB no aeroporto
> Um cachorro me mordeu perto de casa no meio da rua
> Faringite quase pneumonia

Tudo isso em apenas 20 dias! Tá louco...

Que venha o inverno, e sorte para todos nós!

Nesse meio tempo, já terminei metade do quebra-cabeça. hoje começo o terceiro mapa, agora será bem mais rápido porque há menos 2500 peças para procurar.

Abraços a todos.

Paulo


Metade pronta e colada. Na parede a madeira para enquadrar quando pronto.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Fora da montanha, dentro de casa.

Enquanto o inverno não chega, enquanto não vira o mês porque estou absolutamente duro por ter voltado de férias, fico dentro de casa na cidade do caos.
Pra melhorar as coisas, estou com uma faringite muito braba. Não tinha uma assim já há uns bons 15 meses. Isso significa que a pouca grana que tenho está indo pelo ralo com antibiótico, anti-inflamatório, pastilhas, chás....etc.

Pelo menos não é de todo mal. Para quem me conhece só pelo montanhismo, tenho um passatempo que é muito mais antigo na minha vida do que as atividades em altitude, quebra-cabeças. Sempre fui louco por eles e sempre tenho uma montagem em andamento. As vezes me afasto por alguns meses mas então retomo a prática.

Tinha uma coleção muito legal que perdi na mudança do RJ pra cá, mas isso faz parte da vida. Pra mim só serve de incentivo pra montar tudo de novo. Meu primeiro quebra-cabeça foi montado quando eu tinha 13 anos de idade, isso foi há 18 anos atrás. Portanto acumulei bastante experiência, técnicas próprias....tenho uma comunidade no orkut sobre eles (http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=7104442) e algum tempo atrás até um site fiz (http://www.parofespuzzles.xpg.com.br). Aliás, não atualizo esse site há séculos...

Enfim, voltando de viagem ganhei da lili o Mapas Históricos da grow de 5000 peças. Eu já tive esse quebra-cabeça mas foi uma das baixas na mudança...Então, monta-lo de novo é mais do que um prazer! A montagem tornou-se minha válvula de escape pro mau humor que uma faringite provoca na minha personalidade...

Algumas fotos da montagem em andamento:


O quebra-cabeça.



Primeiro mapa concluído.



Segundo mapa já bem adiantado.



É isso aí...melhoras pra mim...


Parofes.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

De volta a Terra Brasilis

Dia 25 de abril meu vôo me deixava no Aeroporto de Guarulhos de volta ao Brasil, após 25 dias maravilhosos passando pela Argentina, Chile e Bolívia.

Foi minha primeira vez na Argentina. Lá passei 4 horas em Buenos Aires, peguei outro vôo para San Miguel de Tucuman onde fiquei apenas 27 minutos. Peguei um ônibus para Salta e lá fiquei por quatro dias. Gostei da cidade. Conheci muita gente legal...Comi a maravilhosa empanada salteña original, que sonho de empanada...Então rumei para San Pedro de Atacama passando por Purmamarca, um vilarejo no meio de um vale montanhoso que nunca vi igual...Uma cadeia montanhosa absurdamente linda, com montanhas sobrepondo umas às outras estilo Serra do Itapiroca, crista após crista....Com uma pequena diferença, a altitude vai aumentando gradativamente até ultrapassar a barreira dos 4000 metros. Sensacional...A travessia pro Chile é pelo Paso de Jama a cerca de 4400 msnm.

Cheguei no Chile em San Pedro de Atacama. Minha segunda vez na cidade. Lá passei 8 dias incríveis para montanha e intercâmbio cultural, mas desgraçados para as vias respiratórias. Para quem não sabe, o Deserto de Atacama é o mais seco no mundo. Por isso, basta eu chegar lá pro meu nariz começar a sangrar absurdamente, e por isso eu precisava limpa-lo a cada meia hora para poder respirar, a um custo de 1 rolo de papel higiênico a cada 3 dias. Não é mole não.

Depois de três cumes (Cerro Toco – 5.604 m; Vulcão Lascar – 5.592 m e Vulcão Sairecabur – 6.046 m) peguei um ônibus para Arica, cidade que também já conhecia. Lá gastei apenas 2 horas que foi o tempo de conseguir um ônibus direto para La Paz.

Entrei na Bolívia pela terceira vez e lá fiquei por mais 12 dias, também conseguindo três cumes (Monte Chacaltaya – 5.395 m {duas vezes, dia 15 e dia 16 de abril}; Cerro Tarija – 5.300 m e Cerro Áustria de 5.315 m em solo). Dessa vez pude conhecer melhor a cidade e tirar algumas fotos. Mesmo assim não gostei. Continuo com a repulsa a cidades grandes com trânsitos loucos, muita poluição sonora e atmosférica. O sangramento no nariz continuava bem obrigado!

Depois dessas aventuras peguei um ônibus para Santa Cruz de La Sierra, que também já conhecia, para pegar um vôo pro Brasil. A viagem deveria durar cerca de 14 horas pois o motorista disse que estava bom o trânsito e iríamos sem problemas. Mas, como sempre acontece por lá, peguei outro bloqueio. Pelo menos dessa vez o problema se resumiu a um atraso de 7 horas na viagem e não em dois dias de caminhada pelas montanhas he he he...

Então, finalmente cheguei em Santa Cruz. Peguei um táxi e cheguei ao aeroporto de Viru-Viru, onde 17 horas mais tarde teria um vôo para o Brasil. Isso não é problema, da última vez que passei por lá dormi dois dias no aeroporto praticamente sem grana pra comer...Desta vez lavei a alma e comi até não agüentar mais he he he!

Chegando a terra da corrupção e da Serra Pelada (que ameaça ser reativada), após constatar a perda de meu pen drive com todas as fotos das cidades (felizmente as fotos de investida a montanha fiz backup online), e perceber no carro de minha sogra que no aeroporto de Guarulhos roubaram meu mp3 de 16GB, fui com a lili na minha casa deixar minhas 3 mochilas, e na volta um cachorro me mordeu na rua, fazendo um belo estrago na minha panturrilha esquerda. Não faltava mais nada certo?

Não me abalei, cheguei no dia 25 e no dia 1° de maio cedinho partimos pro Itatiaia, minha terceira casa. A intenção era, já que o projeto ainda tinha tempo, de somar mais 2.600 metros com a Asa de Hermes. Infelizmente não deu.

Chegando lá o tempo não prometia nada bom. Mesmo assim fomos pro parque onde eu seria o guia para a lili, Paola, Ana Paula e Viktor para a base do Prateleiras, já que ninguém conhecia o parque. Fomos e correu tudo bem, deixei todos cansados ahahahahah

No dia seguinte bem cedinho subi o Camelo, montanha que tem uma das mais belas vistas do parque e que todo mundo nem liga porque é cume garantido em cinco minutos de trilha, e bati fotos lindas...Depois disso rumamos pro meu destino somente eu e lili. Paola, Viktor e Ana Paula foram com o Ralf (chefe de um grupo escoteiro, gente finíssima que sempre encontro por lá) pro Agulhas Negras junto de quase uma centena de pessoas...

Depois da trilha pro Asa, que literalmente acaba após a travessia do charco para a base lateral esquerda do Maciço do AN, a orientação passa a ser puramente por totens e visual. Desbravamos a mata, eu e lili, literalmente. Vencendo bambuzinhos, raízes, tudo nos segurando e gastando o bem mais precioso dentro do PNI, tempo. Era meio dia quando estávamos na base lateral e nem totens havia mais. Encontrei um rádio motorola preto talkabout e guardei na mochila. Com base na incerteza do caminho, no tempo que piorou absurdamente (nesse momento no cume do Agulhas caía granizo e nem sabíamos) e na primeira investida da lili em montanha, resolvi voltar. Se eu estivesse sozinho talvez continuasse, mas tinha com ela a responsabilidade de retorno seguro, mesmo sem cume. Fiquei triste, estava tão perto...Mas voltamos.

Na volta passamos com um grupo a caminho e depois da explicação do mais experiente e conhecedor do caminho, chegamos a conclusão fácil de que eu estava no caminho certíssimo, e ele até me convidou para acompanhar o grupo. Mas a lili não agüentaria outra tentativa e queria voltar sozinha, obviamente desisti e voltamos calmamente fazendo várias fotos, sem pressa.

Passamos pela portaria onde entreguei a faixa e deixei o rádio que encontrei, mesmo sem funcionar. Talvez o dono o esteja procurando. Chegamos ao Alsene 14:45h e começamos a fazer nosso almoço, cinco minutos depois a chuva caiu. Eita sorte danada, e boa hora que tomei a decisão de voltarmos.

O almoço foi farto, tão farto que nem sequer jantamos! Fizemos risoto, comemos junto de feijão branco e salada seleta, e para bebida uma latinha de coca-cola para cada um!

Mais a noite encontrei de esbarrão com a Paulinha Neiva, foi legal conhece-la pessoalmente. E como ela está namorando com o Tácio, esbarrei com o Tácio de novo! Agora foi melhor pois ficamos de combinar alguma escalada, e ainda o adicionei no orkut.

Eu e lili bebemos um chocolate quente a noite, vimos o jornal na sala de TV do Alsene e depois disso dormimos, lá pelas 21h. Mais uma vez acordei cedo e levei um grupo que conheci no Alsene pra tirar fotos do tapete de nuvens que é possível ver voltando um pouco na estrada, cerca de 700 metros. Que visão maravilhosa, sempre que vou ao PNI passo ali cedo e bato essas fotos...Não lembro o nome dos três caras, mas fica aqui um abraço pra eles! Deixei meu e-mail, espero que me encontrem pra marcarmos alguma montanha.

Ainda bati um papo pela manhã com o Tácio, que se preparava para um top rope no Camelo junto da Paulinha e mais 3 amigos que acabei não conhecendo (fica aqui um abraço pros caras também). Antes de eles subirem, levei a lili e o grupo de 3 amigos pro Camelo pra fotos, todos adoraram a vista da montanha!

Essa foi a minha última atividade, descemos e nos preparamos pro retorno.

Conhecemos o Fernando, William e Alex, três caras super gente fina e divertidos. Foram também legais nos dando uma carona até Itamonte. Aliás, provavelmente serão mais amigos montanhistas, ficamos de marcar algumas escaladas e trekkings mais pra frente.

De lá pegamos o ônibus para Itanhandú e comemos um almoço maravilhoso e super farto por apenas R$ 46,00. Adoro o tempero mineiro!

Aí começou o aborrecimento. Esta foi a única vez que comprei passagem antecipada pro retorno justamente porque estava com a lili e não queria problemas, de nada adiantou. Ela esqueceu em casa o rg, não tinha nenhum documento com foto e por isso o motorista, que muito me recorda a teoria de Césare Lombroso (justamente por ele ir de encontro a teoria), negou veementemente o embarque da lili. Não teve jeito, após muita argumentação minha e a lili implorando o cara continuou irredutível.

Retirei a mochila do bagageiro e o doente seguiu viagem. O funcionário do guichê da Cometa viu o nosso problema e o desespero da lili que chorava nervosa sem saber o que fazer, mas não podia fazer nada frente a decisão do mautorista.

Deixei a lili em um canto e fui argumentar com o funcionário, obviamente ameaçando processo contra a empresa. Ele ligou pra central de Caxambu (de onde sai o ônibus rumo a Tietê) e conseguiu duas vagas para nós no carro seguinte, sem nenhum problema. Bastou colocar o número do meu rg na passagem da lili e pronto, tudo resolvido.

Ontem, após a poeira baixar, mandei uma carta para a Cometa dizendo que após 13 anos utilizando os serviços da empresa, nunca mais iria utilizar. Identifiquei o mautorista com o máximo de informações possíveis (só faltou o nome e número do RG) mesmo sabendo que provavelmente não dará em nada. Mas, registrei a reclamação assim mesmo.

Enfim, conseguimos chegar em casa com 176 fotos, das quais pelo menos 100 fotos estão lindas...
Não atingi meu objetivo, mas tirando o aborrecimento final, o fim de semana na montanha foi ótimo. A barraca nova provou ser um espetáculo (Atlas 2 – Doite), comemos bem e conhecemos muita gente legal. Tinha muita farofada no Itatiaia mas isso é normal nos feriadões. Mas, valeu tudo!

Vamos as fotos:

OBS: A partir de agora sempre irei colocar marca d'água nas fotos. Estou com um problema sério, tentando resolver...Por isso, a partir de agora isso é regra.


Finalmente consegui levar a lili pro mato!



A bela vista da estrada com o tapete de nuvens e a Serra Fina ao fundo.



Estava tão perto...



Ossada que encontramos na trilha do Asa.



Após a chuva, um belo arco-íris!



Como sempre, os mais belos animais me visitam, nem preciso procura-los he he he



Eu no cume do Camelo na primeira vez que subi, sozinho. Essa foto deu trabalho mas valeu a pena!