terça-feira, 29 de dezembro de 2009

6000's do Chile

Boa tarde pessoal!

Navegando na net pesquisando por montanhas, dei de cara com mais uma pérola. Um site que reune informações precisas de 38 montanhas com mais de 6000 metros do Chile.

Não tive tempo para ler tudo mas aparentemente o programa teve iniciativa privada, montanhistas foram fazendo as ascensões e coletando informações sobre cada uma das montanhas. As informações são precisas mesmo! Cada montanha ou vulcão teve em seu topo deixada uma caixa metálica com um livro de cume onde foi registrada a sua experiência. A altitude foi medida, coordenadas arquivadas e tudo mais que se pensar.

Fiquei impressionado com o nível das informações. Até detalhes da rota de aproximação a carro/ trekking foi colocada. Cidade de partida, detalhes da rota da escalada, campings, pontos de água, se tem moraina ou penitente, rota técnica em gelo ou glaciar, onde há mais gretas, periodicidade de ventos...Um trabalho fantástico e que disponibiliza a quem quiser todas as informações necessárias para navegação, tornando a escalada mais segura possível.

É possível até mesmo baixar um livro em pdf com todas as informações. O livro tem nada mais, nada menos que 288 páginas.

Fica aqui o link para quem quiser navegar por este trabalho muito bem realizado (não sei quem já conhece mas não custa divulgar!): 6000's do Chile

A coleta de dados foi organizada por escaladores que fizeram as ascensões, fornecendo os dados para o Banco do Chile. Isso mesmo, Banco do Chile! O projeto foi encabeçado por esta instituição. Quem assina a apresentação do site é o vice-presidente do Banco.


O look do site


Abraços a todos e um feliz 2010!

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Mais do youtube

Mais vídeos legais:

Quem me conhece sabe de minha paixão por vulcões. Encontrei um belo vídeo mostrando uma erupção no Etna.
As imagens são sensacionais! É possível ver um pequeno tornado em meio ao início do fluxo piroplástico!

Aí vai:

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Falta do que fazer = criatividade.

Pelo menos comigo é assim.

Falta do que fazer em casa significa criar algo para fazer.

No domingo meu computador parou de funcionar. Estava no google earth marcando uns pontos de algumas montanhas e do nada o pc travou. Quando reiniciei era tarde, nem liga mais. Desmontei tudo, limpei conexões, coolers (4), remontei e nada. Desconfio que seja a fonte.

Enfim, aproveitei o tempo e fiz mais um quadro de fotos, já pendurei na sala. Arrumei a bagunça, li dois livros, uma national geographic, pendurei roupas nos cabides e, fiz um pedacinho de arte na estante da minha sala.

Faz tempo que não me envolvo com isso, mas quando mais jovem, eu me arriscava com algumas esculturas (miniatura em gesso), cheguei a presentear meu antigo professor de química do colegial (Marcos Valério) com uma por encomenda!

Taí a foto do trabalho que levei quinze minutos pra fazer.

Material utilizado: Durepox, fio encontrado na rua, bonecos miniatura do Star Wars. Ficou comédia e ainda decorou a lateral da minha estante!

Fotos:


O crux da via?



No platô abaixo, um cara dando o seg e mais um abaixo passando pelo teto.



Detalhe do escalador guiando a enfiada.



Detalhe do escalador dando o seg.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Entrevista com Messner

Olhando os blogs agora cedo dei de cara com a atualização do Victor Carvalho e tive que blogar também. É uma entrevista com o Messner. Como a entrevista é em italiano e a legenda em inglês, nem todo mundo fala ou entende inglês tampouco italiano. Traduzi uma parte que gostei muito e deixo aqui para lerem, juntamente com o vídeo.

Como sempre, Messner é polêmico e certeiro nas afirmativas sobre as montanhas, um verdadeiro poeta!

“Toda montanha é especial, principalmente para a pessoa que quer escala-la.
Até a montanha que vou escalar amanhã, que pode ser somente um morro no sul de Tyrol, se torna a montanha mais importante da minha vida.
Montanhas que eu já escalei perdem sua fascinação, eu as conheço, não há o desconhecido, desafio, possibilidade ou dúvida.
Escalar uma montanha significa encarar uma dúvida.”




Se tornou uma lenda viva e, continuará sendo uma lenda após sua morte (seja lá quando for, tomara que viva muito mais!).

Abraços

Paulo

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

"Summit" o que? SummitPost!

Olá pessoal!

Ando meio parado no blog por pura falta de tempo, mas em breve isso se resolverá.

Não é falta do que postar e inventar algo não, o post é pra valer mesmo, sem ser viagem nova nem nada, uma indicação aos companheiros.

Para quem nunca ouviu falar, o summitpost é um site-comunidade mundial de montanhistas, escaladores, himalaistas, andinistas, alpinistas etc etc, com a finalidade de compartilhar experiências, rotas, mapas e, principalmente, fotografias. Conheci este site no início de 2008 olhando fotos do Pedro.

Me cadastrei lá ha pouco mais de um ano e, já enviei (até hoje) 166 imagens.

Selecionei aqui alguns perfis que eu sempre visito e voto nas fotos pois realmente são de arrancar os cabelos! Assim, quem não conhece passa a conhecer e, se interessar, talvez até cadastrar-se e contribuir com tudo que quiser.

Então, deixo aqui para quem quiser ver uma seleção de usuários que arrebentam nas fotos!

http://www.summitpost.org/user_page.php?user_id=36391

Afzal: Montanhista e guia do paquistão, imaginem as fotos que o cara tem...Sensacionais!

http://www.summitpost.org/user_page.php?user_id=26969

Lodewijk: Montanhista holandês, também tem fotos de tirar o fôlego. Mais de mil fotos!

http://www.summitpost.org/user_page.php?user_id=40245

Ajones: Montanhista canadense da província de Alberta, 46 anos. Pratica muita escalada em gelo e tem fotos sensacionais de paredes de gelo, cascatas de gelo. Conta com quase 300 imagens profissionais.

http://www.summitpost.org/user_page.php?user_id=33669

Atende pelo nickname de Icypeak: Mulher canadense. Pratica escalada em gelo, cascatas congeladas, rocha. Tem somente 69 fotos mas, são incríveis. A maioria em gelo.

http://www.summitpost.org/user_page.php?user_id=48215

Atende pelo nickname de ArankaP: Mulher canadense de Ontário. Gosta de tudo, natureza, animais, trekking selvagem, escalada em rocha e gelo. Conta com mais de 400 fotografias de nível profissional.

http://www.summitpost.org/user_page.php?user_id=35540

Atende pelo nickname de rdmc: Mulher norte-americana de Colorado, 46 anos. Amante da natureza e montanhismo em geral com finalidade de fotografar. Religiosa (dá pra perceber no perfil dela). Mas olhem...quase 600 fotos que me deixam boquiaberto!

http://www.summitpost.org/user_page.php?user_id=45815

Andre, mulher equatoriana de somente 31 anos. Montanhista também amante da fotografia, tem quase 200 imagens realmente muito boas.

Existem inúmeros usuários com fotos melhores ainda, mas, listar todos aqui seria impossível. Dica: Vendo as fotos destes, observe os votos e quem votou, cairá em outros com fotos fantásticas também!

Enjoy!

Abraços

Paulo

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Montanhas esquecidas do PNI: Um feriadão de cunho exploratório no Primeiro Parque Nacional do Brasil: Parte III

Pico do “Marombinha” – Cume
Pico do Maromba – Cume (2 vezes)
Pico Cabeça de Leão - Cume Leste
Pico Cabeça de Leão – Cume Oeste

Dia 1

Mais uma longa troca de e-mails: Parofes – Tácio Philip – Jorge Soto correndo para decidir onde seria a fuga da cidade grande para o feriadão. O Jorge nos convidou para fazer uma travessia bem incomum, mas optamos por continuar com os planos já traçados no decorrer da semana.

Para mim, sem dúvida foi ótimo poder dar continuidade à exploração de picos desconhecidos ou pouco visitados do Itatiaia. Então, novamente tive companhia: Meu parceiro Edson Vandeira, Paula Neiva e Tácio Philip. É a segunda vez que partimos juntos para montanhas e como na primeira, desfrutamos de entrosamento e sucesso ótimos.

O Edson veio pra minha casa onde esperamos o Tácio e a Paulinha, que chegaram por volta de 22:30h de quinta-feira dia 19.11.2009. Fomos embora seguindo o objetivo de chegar a Fazenda do Pavão, nas imediações do Pico Cara de Gorila (ou Cabeça de Gorila), uma montanha desconhecida no Itatiaia de acesso bem difícil.

A viagem foi longa e cansativa principalmente pro Tácio, que dirigiu por cerca de seis horas até conseguirmos chegar praticamente na porta da Fazenda do Marimbondo, que ficava apenas a 1 km da Fazenda do Pavão, nossa intenção inicial. Lá chegamos por volta de quatro e meia da manhã. Rapidamente montamos as barracas e dormimos um pouco.

Sete da matina e estávamos de pé. A intenção, como sempre, era começar cedo para chegar ao objetivo cedo, acampar e descansar para no próximo dia recomeçar também cedo.

Assim que levantei comecei a rodar pela área e logo me vi rodeado por um maravilhoso mundo de insetos de várias espécies, esperando para serem fotografados. Pirei como amador iniciante que sou na arte da fotografia! Saquei a máquina e cliquei pra todo lado. Antes de começarmos a caminhada propriamente dita eu já havia fotografado: Uma lagarta, um gafanhoto, dois opiliões, uma aranha, um besouro minúsculo e uma lesma bem grande. Dentro de minhas limitações para fotos, tanto em talento quanto em equipamento, fiz um ótimo trabalho!




Começo de dia produtivo! Edson em desfoque fotografando a lagarta



Gafanhoto


Desmontamos o acampamento e rumamos para a fazenda. Chamamos porém ninguém atendia pelo nosso chamado. Fazer o que? Voltar depois de quase 350 kms de estrada?! Não! Invadimos a propriedade pulando o muro. Que coisa feia (risos). Lá dentro já chegamos timidamente nos desculpando com o caseiro Flávio por pularmos o muro. Este, gente mais boa impossível, nos recebeu sorridente fornecendo todas as explicações que pedimos. Nos contou que cerca de vinte anos atrás alguém tentou abrir uma picada dali até o Cara de Gorila mas que só ficou em paredões. Nos indicou repetidas vezes a Cachoeira do Escorrega como melhor caminho para chegarmos na montanha.

Não tínhamos opção, o jeito foi virar as costas e criar um plano de contingência. Voltamos, pulamos o muro novamente e chegando ao carro, estrada de novo. Indiscutivelmente acatamos às orientações do Flávio e fomos diretamente para a Cachoeira do Escorrega que fica a 1.315 metros, de onde sai uma estrada para uma outra fazendinha e, de lá, a trilha para a travessia da Maromba.

Deixamos o carro no estacionamento ao lado da cachoeira, mochilas nas costas e começamos a caminhar. Não lembro a hora exata mas era algo entre 10:00 e 10:30h da manhã. Muito tarde para o que planejamos mas, o que fazer? Tínhamos um desnível pesado a vencer e o relógio corria contra nós.

Chegamos na fazendinha e um novo papo, conversamos o proprietário e fomos embora. Finalmente estávamos na mata começando nossa caminhada na fazendinha onde a altitude está na casa dos 1.500 metros.

Lentamente e sofrendo com o calor infernal, ganhamos altitude pela mata onde o sol não entra. Só saímos desta na cota dos 1.920 metros de altitude, onde começa o tradicional zigue-zague para chegar no alto do Vale das Cruzes, lugar de beleza estonteante, um verde infinito até onde a vista alcança. Olhando para trás tínhamos a belíssima vista da Pedra Selada com 1.755 metros de altitude. Olhando para a frente, quer dizer, para cima, víamos o Marombinha (nome dado pelo Tácio).


Louva-deus



Tacio e Edson em breve parada para descanso pouco antes do Marombinha.


Não tinha vento, o calor nos cozinhava, não foi nada fácil chegar lá em cima. Enfim, chegamos ao topo da crista da serra e começamos a contornar o Marombinha. Ali nos separamos. Tácio e Paulinha começaram a descida do outro lado do vale, já com a invejável vista do Agulhas Negras, Pedra do Sino, Asa de Hermes, Pedra da Coroa, Serra Negra (gigantes brasileiros!). Edson e eu deixamos as pesadas mochilas no chão e subimos de ataque os 100 metros finais de desnível para este cume desconhecido. Como não há trilha, a subida é penosa. Muitos espinhos, trepa pedra, vara mato, escala mato e variações conhecidas.

Antes de subir chequei a altitude com o Tácio e ajustei meu suunto. Queria ter a medição mais próxima possível do real. Lá em cima, quando chegamos, registrei 2.425 metros. A nossa frente, todo o Maciço do Itatiaia e seus diversos cumes. A nossa esquerda o enorme Pico do Maromba. A nossa direita mais um imponente cume menor (algo em torno dos 2200 metros) que muito nos lembrou o Pico Luar do Ibitiraquire. Uma montanha linda que provavelmente sequer nome tem. Se eu estiver errado por favor me corrijam. Espero estar errado pois seria uma injustiça aquela montanha não ter nome!

Fizemos nossas fotos no pequeno cume, fiz um vídeo filmando os 360 graus de vista de paz infindável, filmei Tácio e Paulinha 150 metros mais abaixo na trilha, já em um lugar que escolheram para montar o acampamento.


Eu e Edson no cume do Marombinha.


Depois disso começamos a descer com cuidado. A encosta desta montanha é bem inclinada e um erro pode causar uma queda possivelmente fatal. Chegamos às mochilas, pegamos e voltamos a trilha. Mais um pouco dos chatos bambuzinhos e chegamos ao ponto de água que fica a somente 30 metros do acampamento. Matamos a sede e reencontramos os dois, que já estavam de barraca armada (no bom sentido), se preparando para o jantar.

Cheguei cansado. 1.100 metros de desnível naturalmente já não é muito fácil. Já fizemos muito mais que isso eu e Edson, a subida do Ciririca por cima (nesta ordem): Camapuan, Tucum, vale, Cerro Verde, 2 vales, Pico Luar, mais 3 vales, descida pelo rio até a base do Ciririca (última chance) e finalmente o ataque final. Nesta subida o desnível provavelmente beira a própria altitude do pico (1.705 metros) ou até mais, tudo isso com mochilas relativamente pesadas em 14 horas. Mas com o calor que fazia no Vale das Cruzes, estes 1.100 metros se tornaram bem cansativos.

Enquanto o Edson montava a barraca eu me encarreguei de buscar água. Lá fui eu, cumpri minha tarefa e retornei alguns minutos mais tarde. Edson já estava terminando a arrumação e me chamou para ir até uma cachoeira que vimos do cume do Marombinha. Eu estava cansado, nem pensar...Fiquei por ali mesmo preparando minha janta, me ocupando em repor as energias gastas durante as longas cinco horas de subida.

Lá foi o Vandeira, era 17:00h. O casal deitou após jantar, iriam descansar um pouco. Enquanto eles cochilavam eu jantei, bebi um bocado de suco e, que mais? Fotos é claro. Macro de um Gorgulho pequenino sobre uma rocha, pequenas flores, as mesmas que o Tácio fotografou quando foi ao Morro do Urubu também no Itatiaia semanas atrás, fotografei a paisagem à volta, Pico da Serra Negra, nuvens sobre o Agulhas Negras e o raio que o parta.

O minuto passou, os minutos passaram, a primeira hora se foi, hora e meia e, nada do Edson. O tempo começou a mudar, nublou completamente até que a tempestade tornou-se evidente após tanto calor no mesmo dia. Completou-se a segunda hora, Tácio e Paulinha já estavam acordados. Tácio deu a idéia de irmos atrás do Edson se a noite caísse antes de sua chegada.

Trovoadas e raios mudaram o cenário de tranqüilo para preocupante. Finalmente começou a gotejar no vale. Em cinco minutos a chuva começou a apertar e o Edson pintou na barraca lá pelas 19:15h, pouco antes do anoitecer e do pé d’água que caiu.

Choveu como se fosse o último dia do Planeta, como se todas as plantas pedissem às nuvens “água, eu imploro, água!”. Choveu muito. Enquanto Edson e eu conversávamos a água foi se acumulando e nem percebemos...

Entendi o motivo da demora. Aquela bonita cachoeira que filmamos do cume do Marombinha que parecia estar a somente uns 200 ou 300 metros de caminhada do acampamento, na verdade estava a pelo menos meio quilômetro e dois pequenos vales a frente. Além disso, a mata alta e a inexistência de uma trilha dificultaram mais ainda o avanço do Edson. Mas o japa é obstinado, persistente! Kkkkk Lá foi ele varando o mato intrepidamente até conseguir chegar na cachoeira, que tinha uma bela piscina natural. Fez umas fotos, um vídeo, começou a voltar. Só que o caminho de ida custou inacreditáveis sessenta minutos, o mesmo para retorno, gastando lá de apreciação somente cerca de dez ou quinze minutos.

Na metade do retorno percebeu o começo da tempestade e se apressou. Mas não adiantava muito, era o mesmo descaminho para o regresso. Por isso já chegou um pouco molhado. Fim da aventura solitária dele, nosso retorno à situação atual.

Anoitecera, a chuva seguia impiedosa. O solo não conseguia mais drenar tanta água, que começou a se acumular no nosso acampamento! Logo nos vimos em verdadeiros colchões d’água, o avance de nossa barraca se transformara em um pequeno porto onde os encouraçados eram nossos pertences ali deixados minutos antes. Boiavam com a maré revolta na enseada.

Apesar de toda revolta dos céus, a água não venceu a qualidade das barracas e, o que poderia ser um perrengue bem desagradável nada mais foi que um bocado de diversão para nós quatro. Eu e Edson na nossa barraca, Tácio e Paulinha na barraca deles. Cada qual fazendo seus vídeos registrando aquela situação cômica. Não faltou conforto para dormir pois, pelo menos na nossa barraca, dormimos antes da chuva parar completamente e, ainda estávamos na cama d’água que nos sacodia a cada virada de lado dentro do saco de dormir.


Nosso acampamento base.


Dia 2

Acordei com o céu azul, alguns pontos “de brigadeiro”, outro dia, outro lugar, outra estação.
Em minutos estávamos todos de pé tomando café da manhã discutindo nossas opções para o ataque, deixando nosso acampamento base ali estabelecido.

O relógio marcava apenas cinco minutos após as oito da matina quando começamos nosso trekking rumo ao Pico do Maromba, com 2.620 metros de altitude. Em nosso acampamento a altitude era de 2.290 metros, o que nos deixava um desnível confortável de apenas 330 metros a uma distância de 1,2 quilômetros de nosso principal objetivo para o feriadão. Quando comparados aos números do dia anterior, isso era moleza certo?

Como o cansaço ainda não fora vencido por todos nós, pela falta de trilha por onde seguiríamos, pela chuva do dia anterior (possibilidade de muitos charcos), pensamos que levaríamos pelo menos três horas até o cume da montanha. Nos enganamos. Avançamos bem mesmo considerando todos estes fatores e levamos 1h e 35min até os 2.620 metros, onde vimos um totem bem legal. Edson foi o primeiro a chegar, depois eu cheguei, em seguida Tácio e por fim a Paulinha.


Eu no cume do Maromba a 2.620 metros de altitude. Foto: Edson Vandeira.



Nós quatro no cume do Maromba.


O tempo já mostrava alguma má vontade conosco, assim, como tínhamos em mente continuar adiante até o Pico Cabeça de Leão (ou Cara de Leão), rapidamente saímos do cume do Maromba seguindo para esta montanha de dois cumes. No começo tudo foi bem, apenas descendo pela crista, mas não ficou assim por todo o trajeto.

Depois que descemos até uma pequena elevação e chegamos ao único vale que separa as duas montanhas começou o problema. Até ali já havíamos caminhado sem nenhuma trilha, mas com alguns totens perdidos ao longo do caminho. Isto é prova de que a trilha até existia, mas como ninguém vai até lá, a vegetação cresceu e tomou conta. Mas não é vegetação que cresce e cai sobre a trilha não, esta desapareceu completamente. Quanto tempo é necessário pra isto acontecer? Não sei. Chuto alguns meses pelo menos.

Atravessar este vale não foi muito complicado mesmo sendo um completo vara mato. Alguns arranhões aqui e ali mas nada demais. Passamos e em seguida subíamos a encosta do pico calmamente. Chegamos no menor cume as 11:45h. Apreciamos mais a vista ali do que no Maromba. Nossa, eu que pensava que a vista da Pedra Furada era melhor, troquei de opinião. Vista incrível...Fotos e vídeos, papo, lanche, etc e tal, tínhamos que continuar.


Nós quatro no primeiro cume do Cara de Leão. 2.430 msnm.



Eu e Edson no primeiro cume do Cara de Leão. Foto por Paula Neiva.


Avançamos rumo ao segundo e principal cume, doze metros mais alto alcançando 2.442 msnm, onde havia um tímido totem. Edson tratou de dar uma organizada no totem que ficou bem legal, podendo ser visto de longe! Ali mais fotos, um ou dois vídeos, novo descanso e começamos a voltar.


Eu e Edson no cume principal do Cara de Leão 2.442 msnm. Foto por Paula Neiva.



Edson e Tacio fotografando a Paulinha.



O totem no cume do cara de Leão e ao fundo diversos cumes da parte alta do Itatiaia. Em destaque no centro o Agulhas Negras.


Não fizemos o mesmo caminho de retorno, pelo menos não inicialmente. O Tácio deu a idéia de contornar aquela descida chata que fizemos. A intenção era boa, evitar aquele vara mato para subir novamente a crista. Pensamos em descer a crista do Leão mesmo até uns rochosos mais abaixo, passar ao lado dos dois lagos que ali estão e começar a subida mais lateralmente. Foi o que fizemos.

No começo foi tudo bem, até que chegamos a um charco. Uns 30 metros pra atravessar, mato bem alto, cerca de 1,80 metros e bastante água sob nossos pés. Evitando tudo aquilo e levando um baita tempo conseguimos passar por este. Caminhamos sobre as pedras e um segundo charco separava este rochoso do próximo. Lá vamos nós outra vez...Este foi pior, a travessia em si era menor porém mais complicada. A mais sofrida. O mato ultrapassava em alguns pontos dois metros de altura e, a água, chegava aos joelhos. Afiado como navalha o mato nos causava mais ferimentos. Lutávamos contra a natureza para conseguir passagem ali, pulando de raiz em raiz (quem conhece entende que a base deste mato faz uma plataforma rígida negra que serve para pisar) para fugir da água. Ninguém queria se molhar, ainda mais levar uma picada de alguma cobra que ali estivesse.

Aos trancos e barrancos, gargalhando feito um bando de bestas (risos) íamos evoluindo. Em determinado momento o Tácio errou uma passada e entrou de vez na água. Daí pra frente literalmente cagou e foi até o final na água mesmo. Edson ia pulando de raiz em raiz e eu seguia seus passos (pulos). Infelizmente errei um, o capim gigante cortou meu dedo em três locais diferentes, um ferimento que eu não queria naquele e em nenhum outro momento, doeu bastante! Neste pulo eu gastei tanta energia que tive que me deitar sobre o capim, torcendo pra que ele agüentasse meu peso, podendo então assim me suspender novamente e continuar meus pulos até chegar a rocha apenas três metros adiante. Nossa, como isso foi cansativo. A Paulinha, que já tinha desistido e afundou o pé na lama, rachava o bico rindo do meu infeliz pulo e da minha rolada pra conseguir me levantar novamente...risos

Por fim conseguimos passar. Avançamos só uns 250 ou 300 metros na descida e já se passara uma hora! Foi terrivelmente cansativo. Nesta hora realmente entendi o porquê de não haver trilha, de ninguém fazer relato destes picos, nem fotos na net. Aliás, o único relato que encontrei foi do Roberto (Blog “O Andarilho”) que subiu estas montanhas há quase dez anos atrás. Ontem, antes de terminar este relato, tomei ciência de mais um amigo que fez este trajeto apenas três semanas atrás porém não publicou ainda o relato. Fica aqui registrado que não fomos os últimos por tanto tempo assim! Jorge Soto pisou por aquelas bandas nos primeiros dias de novembro. Fora nós, os militares vivem por lá em treinamento e despejo de lixo, lamentável.

Começamos a subir em direção ao colo que divide a crista do Leoa e do Maromba. Foi um misto de rochas e mais vara mato, mas só o fato de não ter charco foi bem mais animador. Nesta hora começaram os trovões, aí veio a preocupação de voltar logo! Passando pelo misto de rocha e vara mato, para nosso deleite, chegamos a um curto porém muito bem vindo campo de altitude com vegetação rasteira de caraguatá e um mato bem baixinho. Foi tão bom andar ali, lembro perfeitamente da sensação de relaxamento depois de tanta mata fechada, de tantos ferimentos...

Como eu disse na hora que isso acabou: “Alegria de montanhista dura pouco”. Logo voltamos a atravessar mata mais alta e pular algumas pedras grandes até que, finalmente, depois de longas duas horas de retorno, chegamos a crista que fizemos o caminho indo para o Leão. Dali sabíamos que o mato seria menor e, o caminho ainda estava em nossas cabeças.

Os trovões chegavam cada vez mais perto e meu pensamento na hora era de que seria inevitável sermos pegos pela tempestade. As nuvens se aproximavam cada vez mais engolindo tudo atrás de nós, não conseguíamos ver nada para trás, só a frente. Meu maior medo era de sermos pegos pela tormenta no cume do Maromba, isso seria muito perigoso por causa das descargas elétricas, com histórico bem conhecido no Brasil de mortes de montanhistas causadas por tais descargas. Um caso bem conhecido no Pico do Selado em Monte Verde e, recentemente, ainda este ano, um outro caso no Rio de janeiro.

As pausas para descanso eram bem curtas, começamos a nos apressar mais e mais até que chegamos no cume do Maromba pela segunda vez no mesmo dia. A esta altura do campeonato só pensávamos em comida, o Tácio falava da truta em Maringá e sei lá, acho que aquilo deu um gás a mais kkkkk...Fizemos novas fotos de cume aproveitando uma possível melhora no tempo, depois de tanta ameaça de chuva com raios.

Mais rápido impossível, ficamos no cume do Maromba por uns três ou quatro minutos e já começamos a descer, perdendo altitude novamente agora com trilha definida, muito melhor caminhar assim!
A minha idéia inicial era continuar pela crista até o marombinha mas como todos estávamos cansados, decidimos por voltar pelo mesmo vara mato que subimos. Conseguimos encontrar o colo e descemos apressados atravessando a inclinada encosta.

Nesta descida ganhei o ferimento que mais me causou dor. Como era descida relativamente inclinada, a vegetação entra facilmente sob a camisa. Foi o que aconteceu. Um galho entrou e me arranhou da cintura até quase a axila. Nossa, como aquilo doeu...Vi estrelas, falei meia dúzia de palavrões, fiquei pxxx da vida. Coitada da mãe da montanha.

Chegamos ao fundo do vale. Dali para nosso acampamento faltava pouco. Eu contava os metros para chegar lá e poder lavar meus braços que tinham inúmeras escoriações. De nós quatro acho que os mais prejudicados com ferimentos fomos eu e a Paulinha. O braço dela ficou literalmente esfolado e, o sol só piorava isso queimando a pele sobre a ferida.

Por fim, após quase nove quilômetros de caminhada e cerca de setecentos metros de desnível de subida para este dia, chegamos ao nosso acampamento. Já estávamos sem comida e sem água, todos com muita sede.

O Edson não estava muito bem, a partida de futebol que jogou na quarta antes de viajarmos só trouxe desgaste muscular e aborrecimentos, além disso, nossa noite anterior não foi suficiente pra recuperar o corpo. Tratou de cochilar um pouco, eu também estava exausto e tentei dormir mas tão cedo não consigo.. Tácio e Paulinha conseguiram um meio banho na fonte de água ao lado de nosso acampamento e, não estavam tão cansados quanto eu e Edson. Começaram a cuidar de sua janta enquanto eu só relaxava olhando as fotos e curtindo toda a pernada do dia.

Quando o relógio marcou 19:00h comecei a esquentar a minha feijoada, tinha bastante fome mas mesmo assim esperei até um horário melhor para não jantar tão cedo. Edson também começou a fazer sua macarronada depois de tentar dormir, mas só conseguiu cochiladas isoladas. Jantamos bebendo o tradicional tang de uva. Nossa, como comi...

A esta hora Tácio e Paulinha já tinham se recolhido fazia tempo, mas acho que ainda estavam acordados. Acredito que não fui o único que se deitou com o sentimento de dever cumprido, de sucesso. Passamos por maus bocados neste dia por causa da vegetação e mesmo assim não desistimos, fomos até o final atingindo os cumes que decidimos e, voltamos com segurança ao acampamento para o merecido descanso e jantar. Leoa e Gorila ficaram para a próxima.

Nesta noite, incrivelmente, não choveu. Aliás, na hora em que chegamos no acampamento o tempo abriu e saiu um sol de rachar o coco. Me lembro de ficar com os braços arrepiados quando o sol batia, tamanha a sensibilidade em que a pele se encontrava de tantos cortes que, por si só eram pequenos. Mas dezenas deles causam um tremendo desconforto. Além é claro de serem portas de possíveis infecções.

A noite caiu e com ela nós também. Dormimos.

Dia 3

O dia do retorno. Acordei as quatro da manhã e não conseguia mais dormir. Deitar muito cedo me faz acordar muito cedo. Saí da barraca pouco antes de acordar definitivamente e lá fora reluzia uma sinfonia de vaga-lumes, iluminando a escuridão tímida da noite, não era total.

Fiquei rolando para um lado e para o outro até o sol começar a nascer. Exatamente as seis saí da barraca, fui ao banheiro, fiz umas fotos do belo dia que amanheceu. Em seguida o Edson acordou, Paulinha e Tácio também. O Tácio acordou meio mal, teve febre durante a noite e estava indisposto.

Já acordei pensando no café da manhã. Na minha mochila ainda tinha um pedaço grande de provolone. Tive uma idéia, ligar o fogareiro e aquecer o queijo no fogo. Ahhh que idéia boa...rendeu até o vídeo “comer bem na montanha – tomada 2”, já no youtube. Eu e Edson comemos bastante queijo, Tácio e Paulinha não quiseram.

Arrumamos nossa barraca, mochilas e ficamos prontos. Quando o Tacio e a Paulinha ficaram prontos, começamos a descida, exatamente as 08:15h. O sol queimava com vontade, a mata machucava mais ainda e, eu torcia para perdermos altitude rápido chegando então na floresta, onde a trilha é bem aberta e o sol não entra.

Na bifurcação ponderamos sobre subir o Marombinha, mas isso significaria muito mais gasto de energia já que é escala mato, cheio de caraguatá, pontos bem expostos, trepa-pedra e etc, gastaríamos no mínimo uma hora para subir e descer. Como já pensávamos na truta, resolvemos passar direto.

Chegamos ao zigue-zague voltando, mais fotos do visual que estava de brilhar os olhos. Tempo bem aberto, tapete de nuvens centenas de metros abaixo, Pedra Selada piscando para nós pedindo uma passadinha por lá! Paramos algumas vezes para fotos e rápidos descansos. Escorreguei na trilha e bati o joelho, como doeu...


A bela Pedra Selada vista durante a descida.



Esse é o Marombinha. Lindo não?!


Seguimos e só paramos no último rio durante a subida, na casa dos 1.950 metros, para descanso, lanche e uma refrescada. Fomos alcançados neste momento pelo Jorge Soto e dois amigos, Paulo Roberto, meu xará que me reconheceu do mochileiros.com e, Carlos (mamute). Trocamos experiências durante a travessia e eles também passaram por maus bocados com a chuva e com a mata avantajada.

Daí em diante seguimos todos juntos por pouco tempo, acredito que um quilômetro de trilha somente. Quando chegamos no outro rio paramos novamente pra um novo descanso, refresco e, lavar as feridas. Nesta trilha tem um tipo de planta que não sei o nome, ela tem micro espinhos que agarram nas roupas, mochila, pele....pele? Sim! Pele! Como velcro. Corta e corta bem. Sofri uns cortes por causa disso e sangrava pra todo lado...O braço que já tinha inúmeras feridas piorou mais ainda, eu ardia pra todo lado, o suor escorria e piorava a situação...Lavar os braços no rio era um momento de puro prazer corpóreo!

Neste rio nos separamos, Soto seguiu com Carlos e Paulo sem parar, nós seguimos um pouco depois. Não os vimos mais.

Finalmente chegamos na fazenda, nem paramos, continuamos a descer a estradinha de terra contando os minutos para chegar logo ao carro. Conforme o barulho da cachoeira aumentava, sabíamos que estávamos mais próximos. O relógio marcava 11:59h quando paramos e tiramos as mochilas das costas. Tácio e Paulinha trocaram de roupa, eu tirei a segunda pele que esquentava demais, entramos no carro e fomos para a estrada.

Chegamos a Maringá meia hora depois, escolhemos o restaurante e sentamos. Tácio e Paulinha pediram truta mas eu não resisti e pedi a boa e velha picanha na pedra. Que delícia, que maravilha de refeição...


A picanha!


Fiz mais umas fotos, o Edson filmou um burrinho que se coçava na esquina (engraçado!), paramos em uma loja onde comprei uma camiseta pra Lili. Depois disso foi só estrada até São Paulo, com uma parada em uma churrascaria onde comemos outra vez logo depois de Aparecida, pegamos algum trânsito porém não muito.

Longas seis horas até a capital, pior pro Tácio que dirige. Chegando em casa tive que lavar a cabeça e a barba três vezes para que toda a sujeira saísse. Caprichei no banho e, pegando chuva, fui pra casa da Lili.

Feriadão muito bem sucedido, mais montanhas novas, das quais pelo menos uma que é o Cara de Leão, provavelmente nenhum outro montanhista além do Jorge Soto e nós vai há meses.

Vídeos da viagem, visite meu canal no youtube: www.youtube.com/parofes

Abraços a todos!

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Montanhas esquecidas do PNI: Um bate-volta de cunho exploratório no Primeiro Parque Nacional do Brasil: Parte II

Pedra do Altar – Cume (2 vezes)
Pedra do Sino de Itatiaia – Cume
Ovos de Galinha – Apreciação e fotos

A semana de 01 a 06 de novembro foi de intensa troca de e-mails tríplice: Parofes, Carlos A Levy e Edson Vandeira, sobre o destino para o final de semana de 07 e 08 de novembro.

A intenção era exploração de outras partes da Mantiqueira fora dos limites do Parque Nacional do Itataiaia, porém, em cima da hora optamos por passar no parque novamente. Como o próprio parágrafo anterior deixou claro desta vez não fui só, tinha comigo meu amigo e parceiro Edson e, um novo companheiro, o Carlos. Participaram comigo nesta segunda visita com objetivos exploratórios no Parque. Mais uma vez (nesta por motivo do fechamento do Alsene e Pousada dos Lobos) o parque estava quase que absolutamente vazio.

Pelos lados que andamos, só nós três cortávamos o vento. Havia uma dupla no topo do Agulhas Negras e só.

Edson saiu do trabalho na sexta passando em casa rapidamente apenas para pegar sua mochila e vir para a minha, onde chegou as 22:15h. Carlos saiu do trabalho, foi para casa onde tentaria dormir um pouco antes de vir nos pegar na minha casa. Ele precisava dormir um pouco pois passaria a noite dirigindo. Tão logo ele chegou partimos, era 01:15h da manhã de sábado 07.11.

A viagem já começou cômica. Quando entramos no carro e o Carlos deu a partida engatando a primeira e continuando a subir a minha rua me perguntou “Então Parofes, como vamos?”. Eu disse “Carlos não sei te levar de carro, não dirijo e só vou de ônibus!”.

Okay, GPS ligado, foi definido como destino a cidade de itamonte, o filhote tecnológico apontou para começar a descer a minha rua, já estávamos perdidos ahahahahhahahahah....Tudo bem, um começo divertido para algumas risadas!

Seguindo os caminhos do “gege” como foi carinhosamente apelidado, chegamos a marginal Tietê e de lá foi rápido pegar a Dutra e seguir em linha reta por 80% do caminho.

Chegamos a portaria do parque cedo, pouco antes das sete horas. A portaria permanecia fechada e só havia um carro lá estacionado. Um senhor uruguaio lá estava sentado dentro do carro sentindo frio. Na verdade estava meio calor, cerca de 10 graus, mas, por ser uruguaio não deve estar acostumado com frio.

Edson batia papo com ele enquanto o Carlos se aprontava para a longa caminhada e eu já fazia algumas fotos de macro de minúsculas flores que estavam por toda parte. A primavera está colorindo o parque, um verdadeiro show de cores se constituiu por lá! Vale a pena passar por lá e prestigiar!

O Levi (guarda-parque) saiu e nos deu bom dia por volta das 07:30h. Nos registramos, pagamos a taxa e depois de um rápido bate-papo rotineiro deixamos o carro mais a frente na entrada da estrada de furnas. De lá, por causa da época de reprodução do sapinho flamenguinho, seguimos nosso caminho a pé.

Caminhamos com calma já aproveitando qualquer oportunidade de uma boa foto. Afinal de contas tínhamos o dia todo e, mesmo com o tempo ruim sem visual nenhum, tínhamos esperança que a previsão do tempo acertasse (sol pela manhã, aumento de nuvens a tarde e pancadas de chuva a noite). Demoramos até encontrar algum sapinho para fotografar, mas depois do primeiro parece que a coisa desandou pois estavam para todo lado.

Seguimos pela estrada olhando para o céu vendo nuvens feias, o vento forte soprava pouco acima do solo e fazia com que elas passassem com pressa sobre nossas cabeças. Conforme as nuvens saíam, iam sendo substituídas por outras que vinham começar seu turno do dia.

Logo estávamos no Abrigo Rebouças e era em torno de 08:30h. Ali fomos rápidos, só enchemos os reservatórios de água e a caminhada começou 15 minutos antes das 09:00h.

Bem no início da trilha percebemos que o parque estava cheio de vida. O inverno foi embora levando consigo tempos difíceis para algumas espécies que brotam como água de uma nascente quando chegam épocas mais quentes. Lagartas coloridas por todo lado, sapinho flamenguinho, aranhas, cobras, passarinhos, águias, opiliões e até mesmo lesmas! Não me lembro a última vez que vi uma lesma tamanha quantidade de anos...

Pouco antes da ponte dei de cara com uma pequena lesma sobre uma pedra na trilha. Era realmente pequena, no máximo uns três centímetros, o macro da máquina não é nenhuma Brastemp nem me dá direito a algum sorteio com um prêmio milionário, mas me presenteia com algumas belas fotos, dentro de suas possibilidades é claro(risos). O mais legal é que cheguei a lente bem próxima ao animal, suficiente para que a pequena lesma pensasse que pudesse subir e continuar rastejando. Assim, inconscientemente, ela fez pose para fotos. Eita sorte danada...

Fiz algumas fotos e depois disso falei com o Carlos e Edson: “Nossa, por mim pode até cair uma baita chuva agora, nem ligo, já fiz uma foto linda!”, tamanha minha felicidade. Claro, não queria que caísse de fato o balde de água fria, pois tínhamos plano a seguir. Continuamos.

Mais a frente pegamos a bifurcação para a esquerda e, depois novamente a esquerda, entrando definitivamente na trilha da Pedra do Altar, nosso primeiro objetivo do dia. Logo que iniciamos este trecho passando concentrado na subida e pensando na razão pela qual eu estava tão ofegante, o Edson disse “olha uma cobra aqui.”. Imediatamente me virei e vi, uma pequenina cobra de no máximo 50 centímetros, linda, imóvel ali mesmo atravessada na trilha. É claro, saquei a máquina e fiz umas cinco fotos, todas ficaram muito boas!

Cutuquei no final do corpo dela pois chegamos a pensar que ela estivesse morta, mas então percebemos que não passava de teatro. Bem viva! Não perdeu tempo em se enroscar e a nos cheirar. Irritada, se enfiou em um pequeno buraco no chão sem humor para nada. Seguimos em frente.

Daí em diante poucas paradas para fotos foram feitas, Edson que fez algumas de flores mas eu e Carlos seguimos mais apressados até o cume da Pedra do Altar. Nós três chegamos por lá as 09:45h. Nenhum visual. O vale estava completamente encoberto por um mar de neblina que não nos deixava ver nada 50 metros a frente. Não víamos nenhuma montanha da Serra do Itatiaia. Esperamos.

Depois de muita paciência de mais ou menos vinte minutos tentando fotos no cume da Pedra, decidimos começar a descida mesmo sem ter orientação visual pouco depois das dez horas. O vento soprou forte e começou timidamente a limpar a neblina.

Quando estávamos com 1/3 do caminho ao fundo do vale percorrido, finalmente vimos a Pedra do Sino gigante adiante. Só tivemos segundos de vista mas foi suficiente para traçarmos nossa rota, fugindo do caminho que tentei pouco tempo atrás que culminou em três tentativas infrutíferas no mesmo dia. Chegar ao cume da Pedra do Sino neste dia era questão de honra.

Este trecho também foi completamente sem pressa, fazíamos fotos de qualquer cor mais chamativa, lagartas pra todo lado. Foram alvo de algumas das fotos mais detalhadas do dia. Edson fez algumas que ficaram sensacionais!

A descida foi tranqüila e desta vez sem nenhum rola(risos). Mais uma vez, tive aquela sensação de liberdade incondicional, desta vez não estava só e meus companheiros se sentiam da mesma forma, tenho certeza. Completamente sozinhos, atravessando aquela loucura de beleza que é o vale, desejando nunca mais voltar a civilização e a indesejada sinfonia de buzinas que é São Paulo.

Atravessamos uma pequena cachoeira, dois ou três charcos que não foram nenhum problema porque, por incrível que pareça, o calor absurdo das duas semanas anteriores nos ajudou secando bem o solo. Lá também tem chovido pouco.

Depois de bastante suor e todas estas travessias que demandaram observações antes das decisões de rota (não há trilha definida para a Pedra do Sino), finalmente saímos já com mais da metade da subida da rampa da montanha concluída. Dali até o cume foi literalmente um pulo.

Retornando à reflexão sobre a minha respiração ofegante, depois de pensar um pouco cheguei a conclusão que descobri a causa. Semanas atrás ganhei de minha sogra uma cama de casal com um colchão. Porém, ambos vieram (obviamente!) da casa dela. Lá é extremamente úmido, tudo acumula umidade e portanto mofa. Meu artesanato de sal que comprei na Bolívia em 2007 se desfez quando morei com ela por seis meses.

Enfim, não posso ir até a casa dela porque perco o fôlego, minhas vias respiratórias começam a se fechar. Da última vez (quando fui pegar a cama) quase fui parar no hospital pois não conseguia nem falar por causa da crise alérgica. Dormi no estacionamento no carro dela.

A cama está montada no meu quarto e, apesar de fraco, o cheiro de mofo continua. Acordo todos os dias com uma leve dor de cabeça por isso. O colchão ainda não consegui usar porquê o cheiro ainda é fortíssimo nele, que está fora da minha casa no quintal. Estou usando a cama com um saco de dormir nela. Mas, repensando, acho que vou desmonta-la e esperar por um dia de sol que eu esteja em casa e colocar lá.

Concluindo, de lá pra cá meu pulmão ainda não se recuperou por completo deste contato traumático. Percebi que minha capacidade pulmonar ainda não é normal e fiquei bastante ofegante na subida final da Pedra do Sino. As pernas estavam bem sem cansaço, mas, os pulmões, como de um idoso fumante. Preciso me recuperar disto antes do próximo projeto andino ou terei que perder muito tempo me aclimatando.

Onde eu estava mesmo? Ah sim, cume! Chegamos no cume da Pedra do Sino de Itatiaia as 11:45h. Por incrível que pareça muita gente não conhece a montanha do Itatiaia, somente a de Teresópolis. Uma informação, a Pedra do Sino de Itatiaia é 400 metros mais alta!

Nossa, como fiquei feliz...Aliás, como ficamos felizes! Curti cada minuto dos 75 que ficamos lá. Pareceram 15, mas foram 75.

Relaxei tanto que cochilei deitado sobre uma leve poltrona, uma formação mais uniforme que conseguiu escapar do destino peculiar de todo o cume da Pedra do Sino, que é quase 100% esculpido como copinhos na rocha. Acredito que seja o único cume em todo o parque com estas características. Outras montanhas como o Agulhas Negras e o Morro do Couto também possuem os copinhos, mas não na quantidade que a Pedra do Sino.

O cochilo foi rápido, só uns dez ou quinze minutos. Carlos também dormiu, Edson ficou lá pirando nas fotos e vídeos, como sempre!

Nossa, que paz! Que montanha linda, que vento bom! Que visão do Agulhas Negras, do Vale, dos “Ovos de Galinha”! Tudo nota onze em uma escala de um a dez. Não canso de escrever e dizer isso: O Parque Nacional do Itatiaia é a minha segunda casa, a primeira é a barraca.

Quando acordei começamos a fazer as fotos de cume, aproveitando a melhora do tempo que nos permitiu, finalmente, ver montanhas mais distantes como a Serra Fina, o Morro do Couto, A Pedra Assentada, o Prateleiras, Pico sem nome, Massena, e até a Pedra Furada. Fizemos dúzias de fotos...

Como havíamos combinado, começamos a descida por uma rota diferente sugerida pelo Edson. Foi ótima, descemos tudo em linha reta e continuamos em linha reta (é claro, contornando o pico sem nome de 2.650 metros por onde tentei antes) e sem nenhum problema conseguimos atravessar os mesmos charcos, a mesma cachoeira e começar o novo ataque ao cume da Pedra do Altar, onde chegamos em somente uma hora e meia. Era 14:30h e já havíamos feito o cume do Altar, Pedra do Sino e, estávamos no cume do Altar pela segunda vez no mesmo dia. Desta vez, com céu bem azul mesmo com muitas nuvens.

Como de costume, meu joelho começou a resmungar durante a descida. Se alguém souber de uma promoção para um joelho novo, hidramático e com abs, por favor me indique pois estou precisando. Como o miserável doeu nesta descida...

Agora sim as fotos de cume saíram, alguns sapinhos ali estavam escalando a pedra também, muitos ainda estavam iniciando sua vida nas poças que se fazem nos poucos copinhos que a Pedra tem quando comparada com a Pedra do Sino.

Ali ficamos por mais uns bons vinte minutos. A vista estava indescritível, parecia outro dia e na verdade só havíamos passado ali faziam algumas horas. Que sol, que vista! A visibilidade certamente ultrapassava os 200 quilômetros.

Com pesar, é claro, continuamos nosso retorno. O sol agora se tornara um problema, sugava nossas energias e, associado à fome que foi apelidada com todo respeito de febre do rato, nos deixava um pouco de mau humor (ahahahahah).

Que sol de rachar! O vento parou e só vinha por alguns instantes, o que tornava tudo pior. Eu suava bicas enquanto ainda arrumava ânimo para uma ou outra foto. Nosso retorno daí em diante foi lento e cansativo.

Mas, não nos demos por vencidos. Continuamos a passos tímidos fazendo piadas sobre a fome e mentalizando um belo bife acebolado, ou uma feijoada, uma macarronada, ou um liofilizado. É impressionante, o papo era só comida! :P

Enfim, despontamos no Abrigo Rebouças já as 16:20h. Como não havia vento, a água da represa estava quase parada. As ondulações eram bem fraquinhas, o que permitiu tentarmos algumas fotos de espelho do Agulhas Negras ali mesmo.

Não estávamos mais sozinhos. Um grupo de cinco amigos. Estavam sentados sobre o cimento da represa. Pareciam curtir o sol de Copacabana esperando pela queima de fogos doze horas mais tarde. Cigarros, bebidas, óculos escuros, biquinis, papo furado e maconha. Por essas e por outras que montanhistas do bem são taxados como maconheiros, mas isso é uma longa dissertação que não quero nem estou disposto a fazer agora.

Carlos lavava seu rosto e renovava a água do seu reservatório, eu desabei no chão sentado na terra úmida fazendo fotos do Agulhas espelhado na água e, Edson, o mesmo.

Me dei conta de que havia uma garrafa de vinho submersa na água. Estava amarrada a um galho. Parcialmente cheia. Pensei ser lixo e tratei de reclamar com o Edson (ahahaha como eu sou chato!).

Acontece que a garrafa que eu tirei das águas da represa pertencia aos ma..., amigos. Um deles veio até minha direção e se justificou, disse estar gelando a garrafa. Educadamente me desculpei e tornei a submergir a bebida.

Terminamos nossas fotos e descanso. O pior estava por vir, o longo retorno até a portaria do parque. A “estrada dinâmica” que se estica após as 16:00h todos os dias. Ali foi pior, acho que entramos na fase do vento, seguíamos as orientações dele e, se ele nos jogasse na relva, ficaríamos lá mesmo! Ahahahahhaha
Um sol alucinante, o protetor fator 50 ficou no carro, não esperava que a previsão do tempo fosse tão certeira neste dia! A dor de cabeça a este ponto já era forte para nós três, que ainda pensávamos conseguir uma pizza tamanho família com uma coca-cola entregue ali mesmo na portaria do parque! Brincadeirinha...

Paramos na portaria as 17:35h. Finalmente tinha acabado a elasticidade da estrada. Dei baixa com o Levi que ainda estava lá, novamente um papo e começamos a volta perdendo altitude.

O Carlos recebeu como amostra grátis da Liofoods alguns kits refeição e sobremesas. Fizemos uma degustação de liofilizados que realmente são muito bons! Batata, frango, arroz, e de sobremesa sorvete de flocos. O sorvete é realmente impressionante, o sabor é 100% igual ao original resfriado, só que em temperatura ambiente.

Eu levei pene ao molho de tomate (refeição pronta, embalagem de 400 gramas), ainda acrescentei mais 300 gramas de molho de carne moída pronto. Realmente bom! Mas insuficientes para saciar minha fome rupestre.

Tão logo dei cabo destas 700 gramas de comida, abri e esquentei a outra embalagem de mais 400 gramas de refeição pronta, feijoada. Esta não é a enlatada e sim em uma caixa como a lasanha. Boa, porém a enlatada da swift é consideravelmente melhor, mais condimentada e apimentada. Comi tudo. Ainda dei umas roubadas nos liofilizados do Carlos que não deu cabo de tudo!

Edson curtiu sua tradicional feijuca enlatada! Operacionalizou para todos nós aquele esperado suco tang feito com água da montanha, melhor não há. Um verdadeiro banquete, depois de comermos só faltou mesmo deitarmos com a barriga pro alto e sacudir o rabo.

O jeito foi dormir mesmo. Me lembro que a última vez que olhei no relógio era apenas 20:05h! Acordei as 06:30h escutando o barulho de uma onça pintada que dormia ao meu lado com problemas de desvio de septo! Qua qua qua....

Não resisti, fiz um vídeo gravando o problema respiratório da onça pintada, este vídeo nos rendeu gargalhadas que duraram minutos...:P

Uma observação, a previsão do tempo acertou em cheio, a noite, lá penas dez ou onze, caiu um verdadeiro pé d’água. Muita chuva mesmo, mas, por pouco tempo. Estava na hora de acertar mesmo...

Pela manhã tomando nosso café da manhã tomei conhecimento de outra maravilha do mundo dos liofilizados: Açaí. Pelas barbas do profeta, parece que saiu da mão do atendente da loja de sucos!!! É realmente impressionante, vou comprar uma dúzia deles e guardar para montanha!

Carlos estava bastante cansado sem condições de subir outra montanha. Eu e Edson já estávamos recuperados e tínhamos a intenção de, pelo menos, dar uma passada na Pedra Furada, mas, fica para a próxima. Preparamos tudo, limpamos tudo, jogamos a bagulhada dentro do porta malas do Carlos e rumamos para o asfalto.

Na garganta do registro, a sonhada parada para o milho que ainda não estava pronto. O jeito foi me embriagar com uma pamonha, comprar mais um pote de pimenta de bico (é uma delícia essa pimentinha!) e um saco de “casadinho” pra Lili. Edson também matou uma pamonha e o Carlos ficou na coca-cola.

Não voltamos por Itamonte, dei a idéia de descermos para Engenheiro Passos para rever aquela beldade de vista que a estrada proporciona. E lá vamos nós com o gege. Na metade do caminho vimos um acidente recente. Um caminhoneiro literalmente entrou em uma árvore saindo da estrada. Por sorte dele não era um barranco límpido como alguns que há. A não ser que seu cavalo e sua carga fossem de ácido, seria impossível transpor toda mata dali. Parou por ali mesmo e provavelmente havia sido resgatado havia pouco tempo, pois o painel do cavalo ainda apitava o alerta de porta aberta.

Paramos algumas vezes para mais algumas fotos da Serrilha dos Cristais, Prateleiras e Couto vistos da estrada, algumas paisagens únicas...Mas o que chamou muita atenção foi um hotel que fica a beira da estrada.

Plantaram hortências na mata baixa que margeia a rodovia. Estava realmente um espetáculo de belo. Saímos do carro babando e dedilhando nossas máquinas. Era uma paisagem típica européia, em pleno Brasil. E não era Monte Verde.

O retorno foi tranqüilo e rápido, tirando o inconveniente de um pneu furado (rasgado) quase em Guarulhos já. Nada que um pit stop de 9 minutos não resolvesse. Nas palavras do Carlos: “Não foi nenhum pit stop de Fórmula 1, mas foi rápido!”

Mesmo sendo um bate-volta, o final de semana foi bastante proveitoso e bem sucedido. Atingimos nosso objetivo com facilidade, curtimos ao máximo, fizemos fotos fantásticas e, acrescentamos um pouco mais de experiência a nossa vivência com a montanha e a natureza.

Se todos os finais de semana fossem como este para todos no planeta, não haveria estresse no mundo tampouco guerras...

Abraços a todos! Algumas fotos...

Parofes




Primeira foto do dia, macro de flores de menos de 1 centímetro.



A pequena lesma de cerca de 3 centímetros.



Olha ele aí...



Joana, a cobra.



As cores da primavera retratadas na vida no PNI.



E mais vida!



Rochoso Ovos de Galinha, ficou para próxima.



Carlos e Edson fazendo fotos na Pedra do Altar.



Carlos e Edson descendo da Pedra do Altar.



Eu fotografando. Foto de Edson Vandeira.



Eu fotografando. Foto de Edson Vandeira.



Eu e Edson no cume da Pedra do Altar. Foto por Carlos A Levy.



Eu e Edson no cume da Pedra do Sino. Foto por Carlos A Levy.



Eu e Carlos no cume da Pedra do Sino. Foto de Edson Vandeira.



A soneca no cume da Pedra do Sino. Foto de Edson Vandeira.



Nós três no cume da Pedra do Altar.



Que beldade!

sábado, 24 de outubro de 2009

Bota nova na área!

Finalmente saiu!

Este mês minha troca de equipamentos (vestuário) para montanha está em plena renovação. Comecei pelo anoraque, Precip da Marmot. Dispensa comentários!

Agora a vez foi da bota, e o post destina-se exclusivamente às impressões sobre o produto:


Modelo: Bota Revo Gcs Gtx - Salomon. Preço: R$ 489,00


Esta foi a aquisição. Bota ideal para caminhadas pesadas e sobretudo aproximação para alta montanha. Palmilha bactericida, emborrachado que contorna toda a bota para um reforço extra e costuras seladas. Além disso tudo, a bota é confeccionada com a renomada tecnologia Gore-tex, que permite transpirabilidade e impermeabilidade ao mesmo tempo.

Não há do que reclamar, uma bota robusta, resistente, peso razoável (700 gramas cada pé) e um design bastante bonito.

Não acabou, a bota também conta com o Ground Control System: "Amortece impactos verticais e dissipa forças horizontais. Os benefícios incluem mais controle de movimento, segurança, conforto e agilidade. Rotaciona e desliza para todos os lados de forma independente, adaptando-se ao terreno e à pisada." Fonte: Guia do tênis UOL

Comprar a bota não foi muito fácil, a única loja que encontrei a este preço foi a do Luiz (Orkut - Mochileiros na América do Sul, onde fui moderador). Comprar calçado pela internet é loucura, a não ser que você tenha um conhecido que resolva isso pra você kkk

Pois bem, o Luiz quebrou um puta galho quando me ajudou com a compra. Medi a pata e mandei pra ele, lá no Rio ele se encarregou de medir o interior da bota para saber se o único par que ele tinha para venda (n° 42) daria no meu pé. Perfeito, ainda sobrava 1 centímetro. Firmei o negócio no mesmo dia.

Fica aqui o link pro pessoal que quiser conhecer a loja do Luiz: E C O T R E K

Que venha a próxima picada para teste prático!

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Pérolas do youtube

Eis que buscando vídeos legais de montanha, dou de cara com esta pérola.

Eduardo Mamani, guia local, escalando em solitário o Pequeño Alpamayo, sem corda, sem parafuso de gelo, com apenas um piolet, pela rota mais técnica da montanha.

Detalhe: Ele levou apenas dez minutos para atingir o cume!

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Travessia Petro-Terê

Boas tardes a todos!

No último feriadão eu, Edson Vandeira e Freddy Duclerc guiamos, em nome da Aventura e vida!, 13 clientes para a travessia mais tradicional do Brasil: Petrópolis - Teresópolis.

Foi uma experiência sensacional já que todos os 13 clientes são ótimas pessoas, conscientes e com um espírito de colaboração sem igual!

Tudo correu muito bem, todos os objetivos foram concluídos e, mesmo com tempo muito instável e poucas aparecidas do sol, todos ficaram muito felizes!

Clientes: Artur, Meyre, Carlos, Pauba, Luiz, Maria (França), Luciano, Miguel (Chile), Almeida, Fabiola, Juliana, Gustavo e Vivian.

Parabéns pessoal! De fato, me impressionei com todos vocês que, mesmo diante do cansaço (alguns, não todos), seguiram em frente sempre ajudando um ao outro e, o mais importante, levando consigo todo lixo, aproveitando ao máximo, curtindo cada momento, praticando o que Julio Fiori (altamontanha) muito bem define como "turismo de montanha".

Valeu!

Algumas fotos:


Todos reunidos na portaria do parque em Petrópolis - não saí na foto porquê eu que fotografei!



Todos na Izabeloca!



Eu no morro do Açú, "castelos" ao fundo. Foto por Edson Vandeira.



Todos no cume da Pedra do Sino (2.263 metros) Foto por Luciano




Eu no cume da Pedra do Sino (estréia do anoraque novo - Precip Marmot!) Foto por Edson Vandeira.



Eu pulando no cume do Morro do Açú (2.245 metros) Foto por Edson Vandeira, não podia faltar o pulo! kkkk.



Edson, Freddy Duclerc e eu no cume da Pedra do Sino.



Edson e eu no cume da Pedra do Sino. Foto por Freddy Duclerc.



Quem me conhece sabe que sou louco por aranhas. Essa aí subiu no meu fleece quando me deitei para fotografar o Véu da Noiva, linda camuflagem para rocha!



Outra, essa aí o Edson que viu! Pouco antes da subida do Dinossauro.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Comer bem na montanha? SIM!

Então..rs

Este vídeo eu e Edson fizemos no cume do Pico Caratuva durante nosso descanso antes de descer pro ataque ao Pico Paraná. Pausa para um bom lanche...

Ficou comédia, e ainda dá pra escutar a risada dele no final kkkkkk



Mais vídeos em www.youtube.com/parofes

Abraços!

Boliviano y Boliviana!

Todo mundo que me conhece sabe que nunca fui nacionalista.
Não é ódio enrustido do nosso país, simplesmente desgosto. Temos tudo para ser um país que dá certo, porém isso não acontece porque os talentos superam o que realmente importa.
Resumindo, "as necessidades de poucos anulam as necessidades de muitos". Enquanto nossos "talentos" pensarem assim, desprezarei o Brasil.

Enfim, nunca escondi também a minha paixão pela Bolívia. Carrego ela na minha mochila, no meu fleece, no meu coração.

Hoje vindo trabalhar de metrô vi uma notícia memorável. Pela primeira vez o povo boliviano que mora no Brasil poderá votar para eleições presidenciais de seu país, aqui mesmo.

Enfim, reproduzo aqui o texto e locais para se registrar adequadamente para conseguir votar.

Boliviana y Boliviano que vives en São Paulo, el 6 de deciembre podrás votar por primeira vez en las elecciones generales para eligir Presidente y VicePresidente. Registrate en el padron electoral biométrico para poder votar. El registro en la capital paulista concluira el 15 de octubre.

Locales de Empadronamiento Biométrico en São Paulo-Brasil
Aquí podrán consultar todos los locales donde se llevará a cabo el empadronamiento biométrico en la Ciudad de São Paulo, Brasil.

Oficina Central
Rua 24 de Maio, 104 - 13ro - Andar

Igreja Nossa Senhora da Paz
Rua Glicério, 225

Metrô Santana
Dentro de la Estación Santana del Metro proximo a las catracas

Pari
Pqe. Padre Bento, 56

Casa del Pueblo
Av. Rangel Pestana, 2362 andar 2 - "Casa del Pueblo" em frente a Escola Anchieta ou Bom Prato

Metrô Artur Alvim
Estación Artur Alvim del Metro, al lado del terminal de buses

Barra Funda
Dentro de la estación Barra Funda del Metro, cerca de las "catracas".

Bom Retiro
Rua Afonso Pena, 560 Dentro de la Iglesia Assembleia



Crédito da foto: http://www.flickr.com/photos/valdiney