sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Filiar-se ou não?

Fundindo um pouco a cuca...

Algumas semanas atrás, enquanto estávamos na barraca no trabalho de secagem dos equipamentos e a chuva caía lá fora no cume do Camapuan, Pedro Hauck me perguntou: "Por que você não se filia ao clube TAL?" (TAL = nome do clube que não me lembro qual ele sugeriu).

Pois bem, pensei sobre isso nos últimos dias e cheguei a uma conclusão.
Não vejo a necessidade de me filiar a um clube de Montanhismo ou escalada. Na verdade até prefiro (pelo menos por enquanto) não fazê-lo.

As opiniões que escuto sobre isso sempre dão conta de muitos grupos se formando, alguma marginalização (não no sentido criminal, no sentido de descartabilidade) com iniciantes e novatos. Claro, isso não é regra, mas acredito que seja até possível existir. Já cruzei pela montanha por gente que passou de nariz empinado, com todo o fervor de que "eu sou o cara", e que quando virei as costas sujou a montanha ou com materiais altamente poluentes, ou com fezes. Da objetiva que eu observo, isso é farofada com "F" maiúsculo!

Olho para os com menos experiência e para os com mais experiência do mesmo jeito. Pra mim todos somos iguais, uns sabem mais e outros menos. Mas, a vida é assim, a capacidade evolutiva de cada qual é que difere os indivíduos.

Em relação a minha experiência: Me acho bastante novato no montanhismo. Me iniciei no montanhismo sem querer, sem planejar. Não foi minha intenção e quando me dei por conta, havia andado de 2.300m até 4.496m de altitude e pronto, estava já em "alta montanha" em plena Cochabamba - BO.

Nunca escondi, minha intenção nessa viagem era de nunca mais voltar ao Brasil para morar e sim pra visitar família e amigos, mas não aconteceu isso. Antes de ir pedi demissão do emprego e fui! Foi uma experiência maravilhosa, porém quando voltei enfrentei a sombra do desemprego. Assim fiquei por exatos 12 meses. Claro, já voltei apaixonado pelo montanhismo, mas por pura falta de renda não pude comprar equipamentos e obviamente não ia pra montanha nenhuma.

Hoje estou trabalhando, as beiras de completar um ano na empresa e em 16 de janeiro, se tudo der certo, parto para mais uma mochilada pela América do Sul. Mas, dessa vez, com objetivos de montanha!

De volta ao argumento, agora depois de quase dois anos, pratico o montanhismo pelo menos uma vez por mês. A experiência está sendo acumulada, já conheci pessoas bastante animadas pra prática como por exemplo o Edson Vandeira, com quem eu estou propondo uma parceria de escalada, além do Pedro Hauck, que me deu bastantes dicas nos últimos cinco meses, e já até subimos montanha juntos! Espero que não tenha sido a primeira e última vez, mas sim apenas a primeira.

Como eu vejo isso? Olho pros Clubes de Escalada e Montanhismo com olhos esperançosos, porém não pretendo me filiar por enquanto. Sou Sagitariano e como todos, vivo a aventura. Se não consigo parceria pra me aventurar, vou sozinho.

A pressa é inimiga da perfeição, não tenho pressa e sim necessidade. Necessidade de ir mais vezes à montanha fazer minhas reflexões, respirar o ar puro e sentir o frio. Pertencer a um ou outro clube não me tornaria mais montanhista ou menos. O fato de ter uma carteirinha e pagar uma anuidade, ser federado, isso não me faria olhar para os iniciantes (mais iniciantes do que eu) com olhar de superioridade, de forma alguma! Quem me conhece sabe que só busco o meu prazer junto das aventuras. Se houver alguém com quem eu possa compartilhar isso, melhor ainda!

Se tudo fosse fácil, a vida não teria graça.
Se todos concordassem com tudo, nunca se construiria conhecimento.

A última coisa que eu quero é fazer parte (pelo menos documentado) de um grupo que pré-conceitua outro grupo porque o nome é diferente. Não quero preencher um currículo de montanha e ser entrevistado sobre isso. Prefiro pegar meus bastões e demais equipos e ir subir montanha sem me preocupar com isso! (risos)

Repito: Isso não é regra, torço para que não seja regra e quero acreditar que isso não seja regra! Quero muito que exista uma harmonia tremenda entre todos os grupos de montanhismo, e que possam coexistir numa boa sem apontamentos ou qualquer tipo de diferenciação.

Sou contra os clubes de montanhismo? Não! O contrário disso! O ótimo exemplo que vi foi o clube que conheci (pelo menos o abrigo 5.13) do Paraná, onde o Pedro é Diretor de escalada. Se todos os membros forem como os que eu conheci por lá, o grupo está de parabéns!

Pensamentos um pouco desordenados, mas estão aí!

2 comentários:

Edson Vandeira disse...

É isso ae meu amigo !! muito boa reflexão , na minha opinião , é de grande proveito um clube, pois, conheceremos e aprenderemos muitas coisas em relação ao montanhismo, porem, naum justifica o 'nariz impinado d certos montanhistas q passam ao nosso lado de um forma q naum estivessimos ali, muitas vezes nem te comprimenta..é mmuito triste isso, pois uma pessoa sem humildade para mim naum vale nda......Mas, ao mesmo tempo fico feliz, pois esse tais montanhitas(federado, superior a vc, com carteirinha, etc....) são minoria, pois sempre to encontrando pessoas maravilhosas pelas trilhas...parceiros de verdade ! q tiram duvidas, te dão carona, dão até rango qnd precisa ! hehhe, deixo aki um forte abraços a todos montanhistas e bons ventos !!!!!

Hilton Benke disse...

Opa!

Eu não vejo o clube apenas como um lugar onde podemos aprender ou ensinar, ou apenas coletar amigos. Vejo no clube o lado político da coisa. Vejo o clube como sendo um dos poucos meios que temos para combater as proibições e os descasos para com nossas amadas montanhas, vejo o clube como um aníssono de vozes que dizem nós existimos! Somos montanhista!!!